quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Bom Natal!

Não se tem muito o que comemorar no natal, além dos recordes de venda do comércio, a velha tradição do brasileiro de deixar tudo para última hora, a 25 de março ( e o Saara) apinhada de gente se endividando, etc... Apesar disso, bom natal a todos!
.

domingo, 30 de novembro de 2008

É Peixe! ou O que tem de bom na Rede - 7


Se você anda meio cansado da mesmice nossa de cada dia, o FaceinHole.com pode ser a saída para uma vida virtual mais animada... Como sugere o nome do site - "cara no buraco", numa tradução livre - a página faz fotomontagens em que é possível colocar seu rosto em corpos de celebridades. E não só elas: astros do esporte, do cinema, da animação infantil, da História, da atualidade, enfim, ''cenários" diferentes para combinar com o humor do dia. É possível sair de lá como a cantora Beyoncé na capa de seu último álbum, como a"Noiva" do filme Kill Bill, como a top Gisele Bündchen na capa da Vanity Fair e até como a estátua O Pensador, de Rodin.

Para criar as montagens basta escolher o cenário - ou a celebridade - e selecionar uma foto, em jpeg, de seu computador. Também é possível gerar a imagem a ser usada a partir da sua webcam. No próximo passo, é só fazer as adaptações necessárias - enquadramento do rosto e cor da foto - e salvar. Para salvar a foto é preciso fazer um cadastro simples, com nome e email apenas.

Essas foram as minha experimentações:



Em tempos de Natal, o FaceinHole também quebra um galho e envia cartões-postais aos seus amigos. Você pode enviar por email ou mesmo imprimir os arquivos para entregar em mãos. Um dos meus já está pronto.


Vá lá produzir os seus e divirta-se!
.

domingo, 31 de agosto de 2008

Grande revelação

Da série "Panacéia"
.

Então tá!
.

sábado, 23 de agosto de 2008

Licença Olímpica

Andam dizendo por aí, que nos Jogos Olímpicos de Pequim, as mulheres tiveram supremacia nas competições - pelo menos no que tange ao Brasil. Houve brasileira medalhando no judô, medalhando na vela, medalhando no taekwondo, medalhando bem no futebol e melhor ainda no atletismo e no vôlei.

E hoje os resultados confirmaram a boataria: o vôlei feminino levou medalha de ouro e no taekwondo, uma mocinha levou o bronze (medalha histórica). Um dia feminino.

O power girl exacerbado deste sábado até me lembrou um grande achado da internet nesses últimos dias: num game online engraçadíssimo - o Escape From Rehab - a nossa sempre querida, embora louca, Amy Winehouse tenta fugir da reabilitação e, de quebra, libertar o amado Blake Fielder-Civil da prisão. No caminho, iminigos estranhos tentam atrapalhá-la, mas a diva conta com o auxílio luxuoso de seringas envenenadas, cachimbos de crack e garrafas de uísque para se defender. Hilário.
.

O game faz parte da estratégia de divulgação do filme Disaster Movie, que tem estréia mundial marcada para o próximo dia 29. (É mais um daqueles besteróis americanos que parodiam os filmes e as personalidades mais badaladas da temporada, incluindo a pobre Amy Winehouse).

P.S. Winehouse não é nenhuma atleta, mas seria uma conquista olímpica se ela conseguisse tirar o marido da prisão!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A Magia do Vermelho

Na fábula encantada Os Sapatinhos Vermelhos, de Hans Christian Andersen, a mocinha orfã perde as estribeiras quando calça uns sapatos vermelhos finíssimos que ganhou de sua benfeitora. Quando Caio Fernando Abreu escreveu Os Sapatinhos Vermelhos (como parte do livro Os dragões não conhecem o paraíso), em meio aos loucos anos 80, ele trouxe de volta a velha história do objeto fascinante que exerce um efeito devastador sobre quem o usa. Dessa vez, sem as pieguices românticas do século XIX, mas sim recheado da loucura desenfreada da chamada "década perdida": um coração partido, um par de lindos e sedutores sapatos vermelhos e uma noite ainda criança.

Os sapatinhos vermelhos também estão presentes no clássico O Mágico de Oz, em que a Bruxa Má do Oeste se rói de inveja da menina Dorothy quando a Fada do Norte lhe confia os mágicos sapatos de rubi. E eles seguem com ela pela estrada de tijolos amarelos, num magnífico technicolor que torna ainda mais mágico o vermelho esfuziante dos calçados. Os sapatinhos rubros que Dorothy calçava a fizeram perceber o óbvio, ao fim de sua jornada - não antes de bater os calcanhares: que "não há lugar como nosso lar".

Andersen, Caio Fernando Abreu e Dorothy também nos falam que não há nada mais encantador - e sedutor - que sapatos vermelhos. Podem ser de pano, como na história do dinamarquês. Ou escandalosamente vermelhos, como no conto do gaúcho ("mais que vermelhos: rubros, escarlates, sanguíneos - com saltos finos altíssimos, uma pulseira estreita na altura do tornozelo"). De rubi, como os da menina perdida em Oz. Mas todos mágicos em sua cor.

Às vésperas de completar 70 anos do lançamento de O Mágico de Oz, o rubro fascínio dos sapatos de Dorothy chegou também à moda. Mais de uma dúzia de grandes estilistas - dentre eles Manolo Blahnik, Moschino e Oscar de la Renta - já produziram croquis em que se tenta chegar aos sapatinhos vermelhos ideais para a mulher contemporânea. Tudo baseado na fantástica história de Oz, seu mágico, a menina carregada pelo tornado, a fada boa e a bruxa má: tem que ter a magia, tem que ter o brilho, tem que ter o encanto dos mágicos sapatos vermelhos. Algumas tentativas já foram apresentadas:






São lindos, mas há que se ter cuidado extremo no manuseio. Vide o que aconteceu com a orfã de Andersen e com a "quase quarentona" desiludida de Caio Fernando Abreu. Dorothy e sua mágica batida de calcanhares são apenas uma exceção.

P.S. Uma das coisas mais fascinantes do filme de 1939 é a passagem da vida chata - e em preto e branco - que Dorothy leva na fazenda do Kansas para o fantástico mundo colorido de Oz. Só podia ser um lugar "além do arco-íris", como diz a bela música, premiada com o Oscar de melhor canção original no ano de lançamento da obra. Dá para vê-la (e ouvi-la) aqui.
.

sábado, 19 de julho de 2008

Dá pra acreditar?

Da série "Panacéia - remédio para todos males"



Amém, irmãos!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A obra-prima do Superman

Da série "Filmes que ninguém lembra"



Cristopher Reeves, antes de ser o eterno Super-Homem e antes de se tornar símbolo da luta pela qualidade de vida - quando a vida já anda muito difícil - vivendo tetraplégico numa cadeira de rodas, cometeu a proeza de escolher o melhor papel de sua carreira, o perplexo Richard Collier, que neste fantástico filme de 1980, volta quase 70 anos no passado para reviver (ou viver, quem sabe) o grande amor de sua vida.

A louca, mas convincente história conta como o teatrólogo saiu do presente para viver um amor inesquecível num passado em que ainda nem tinha nascido. Tudo começa quando uma misteriosa velhinha o aborda na sua estréia teatral e antes de desaparecer, um tanto misticamente, pede a ele, bem baixinho "volte pra mim". Anos mais tarde, numa crise de criatividade, se hospeda num antigo balneário, o Grand Hotel, e visitando as dependências do local, encontra numa galeria o retrato de uma jovem mulher (Jane Seymour) por quem fica apaixonadamente obcecado. Ele descobre que a tal moça foi Elise McKenna, uma grande atriz que se apresentou no teatro do hotel em 1912 e, coincidentemente (?), fica sabendo que a moça é mesma velhinha que encontrou anos antes. A partir deste encontro insólito, Richard luta desesperadamente para reencontrar esta mulher do passado e acaba conseguindo. (Não me pergunte como. Isso é secundário. O amor dos dois é muito mais interessante).

Já que o filme se inicia com Elise bem velhinha e Richard jovem, dá para imaginar que o desfecho da história não é dos mais felizes, embora a história seja apaixonante. Dá pra derramar lágrimas e lágrimas de tristeza na cena em que o teatrólogo percebe que não é um homem do tempo de Elise, e num repente, é sugado dali no melhor estilo "De volta para o futuro": de partir o coração!

Encerro a postagem com um vídeo sobre o filme, invocando a Santa Cissa Guimarães e sua voz sexy solfejando a já clássica frase "... direto do túnel do tempo..."

Informações adicionais:

Em algum lugar do passado (Somewhere in Time), 1980, direção de Jeannot Szwarc, roteiro de Richard Matheson, baseado em obra do mesmo autor.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Bajulação Explícita

E no meu aniversário...


















Para olhar melhor clique na imagem


Não que eu não seja, hahaha, mas não aguento bajulação!
.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Hoje é Bloomsday!

Confesso: nunca concluí a leitura de Ulisses, o colosso de James Joyce, mas estou sempre folheando o livro, lendo um trecho aqui, outro trecho ali, numa leitura dinâmica de metodologia loucamente pessoal. Mas enfim...

Em poucas palavras, ele narra os acontecimentos de um dia na vida de Leopold Bloom, um irlandês tão comum que chega a ser fora do comum: gosta de passear pelas ruas de Dublin, sem fazer coisa alguma, apenas pensando um monte de besteiras em situações vexatórias (aqui o fluxo de consciência revolucionou a literatura); não sabe beber muito bem, porque se sente estranho quando embriagado, o que acaba excluindo-o do convívio de seus patrícios, já que todo irlandês é um bom beberrão (todos o apontam como um homem muito esquisito); tem uma esposa, Molly Bloom, de quem leva severos chifres; tem uma filha adolescente, Milly, que guarda um sério talento para fotografia, e de quem Bloom sente exagerados ciúmes - assim como sente pela esposa adúltera; e os poucos "amigos" que considera, falam mal dele pelas costas. Até aí, tá tudo muito bom, tá tudo muito bem... Uma história como outra qualquer em meio à tantas contadas pela Aventura Humana na Terra. Mas o enredo simples ganha ares incomuns quando Bloom conhece o angustiado Stephen Dedalus - que muitos têm a séria impressão de que se trata do alter-ego de Joyce - um jovem médico cheio de problemas que acaba ouvindo de Bloom o conselho de que a solução para tais problemas é partir - assim como Joyce só conseguiu escrever Ulisses após bons anos de exílio em Trieste-Zurique-Paris, bem longe de sua Dublin natal. Sacou o trocadilho de situações?

Todas as histórias e acontecimentos de um intervalo de 24 horas da vida de Bloom, o dia 16 de junho de 1904, são esmiuçados, com riqueza de detalhes (até um tanto escatológicos), nas cerca de mil páginas do colosso de Joyce, Ulisses. E por muito tempo, o dia 16 de junho tem sido lembrado como o Dia de Bloom ou, simplesmente, Bloomsday.

Virou data nacional na Irlanda! Mundo a fora, os amantes da literatura cultivam a tradição. Há festas grandes de Bloomsday inclusive no Brasil - uma muito famosa em São Paulo, outra tradicional em Porto Alegre e outras menos conhecidas, mas não menos importantes, como o Bloomsday de Brasília. Aqui na city, um grupo de amigos não chega a comemorar, mas sempre lembra a data e a inspiração que Joyce-e-Bloom-e-Dedalus-e-Molly nos dão. É a esses amigos que dedico essa postagem: a eles dedico o dia 16 de junho de 2008. E dedico a lembrança viva de que, apesar de distantes, continuamos amigos.

domingo, 15 de junho de 2008

Duendes... de novo

Lembra daquele anão - ou duende, ou gnomo, sei lá! - do jardim do pai da Amélie Poulain? Ô duendezinho para ser lembrado, vez ou outra, por aí... Outro dia um amigo perdeu uma mala de estimação num desses aeroportos da vida e passou muito tempo pensando em onde a talzinha foi parar! A fixação pela idéia ficou tão absurda que até já comparava a mala com o anãozinho viajante do filme...

Até no meio da irresponsabilidade das autoridades italianas quanto à questão do lixo que toma as ruas de Nápoles, alguém teve um lampejo de lembrança do anão perdido... Onde será que ele foi parar...?

Informações quentes deram conta de que ele teria aterrisado na Itália, ainda aproveitando a passagem por Nápoles. Recentemente, argentinos foram aterrorizados pela presença de um duende que andou visitando a cidade de General Güemes. Um vídeo publicado no YouTube dá veracidade à pista.
Outra pista certa veio da Rússia, para onde o baixinho teria partido logo após a visita a Itália. Nessa viagem ele foi mais ousado e chegou a publicar fotos no Orkut!

De qualquer maneira, o gnomo perdido pode ficar tranqüilo quanto ao seu direito de ir e vir, garantido constitucionalmente no Brasil e provavelmente mundo a fora. É que nesta última semana, foi preso o maior seqüestrador de duendes do mundo, segundo a polícia. O francês, de 53 anos, foi preso no norte do país do castelo de Chantilly com nada mais, nada menos que 170 anões de jardim presos e descaracterizados! A notícia tranqüiliza os duendes viajantes.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Desespero desesperador

Um acontecimento, outrora visto como unificador de povos e culturas distantes, faz seu debut na categoria 'desagregador' neste ano de 2008: as Olimpíadas, que acontecem em Pequim no próximo semestre, virou o principal palco de protestos de simpatizantes da causa tibetana no mundo inteiro. A passagem da tocha olímpica, normalmente muito esperada pelas cidades escolhidas para isso, perderam completamente a graça - caso não apareça nenhum ativista pró-Tibet. E quandos eles (os ativistas) encontram a tocha, vale tudo para tentar apagá-la. É cada performance inacreditável... Aliás, os esforços em encontrar uma solução definitiva para apagar a tocha olímpica foram tema de um texto ótimo no Gravataí Merengue.

Piadas a parte, a situação entre Tibet e China é complicada. Em primeiro lugar, pela cara-de-pau do governo chinês, que insiste em afirmar que o Tibet "pertence" à China desde o século 13! (Qualquer estudante de ensino médio sabe que a área foi anexada à República Popular da China depois de uma invasão ordenada por Mao Tse Tung, lá pelos idos de 1950... se bem que há um conflito anterior, mas não se justifica). Em segundo lugar, pelo desespero que agora abate os tibetanos, reconhecidos mundialmente pela paciência e espírito zen que carregam - um benefício direto da religião oficial do local, o Budismo Tibetano.

O mundo costuma enxergar os seguidores do Dalai Lama como criaturas à prova de qualquer desespero: mas as coisas chegaram a um ponto desesperador. Tanto que monges budistas deixaram a habitual tranqüilidade de lado e se renderam aos protestos! O exercício não-habitual do desespero entre os monges budistas é muito perturbador. ( No YouTube tem um vídeo que dá uma idéia do ponto em que se chegou).

Os protestos se espalharam pelo globo, com manifestações cada vez mais violentas. A festejada passagem da tocha virou motivo de reuniões públicas contra os Jogos Olímpicos da China. San Francisco, Buenos Aires e Londres deram um apoio significativo (regado a muitos loucos manifestantes) ao Tibet e contra a China. Em Paris, conseguiram apagar a tocha! Cidades da Ásia, como a japonesa Nagano, já desistiram de receber a tocha e passaram a batata quente a quem interessar possa. Enquanto isso, na "sala de justiça", o governo chinês só sabe culpar o pobre Dalai Lama de comandar os protestos mundiais: estão tentando fazer de um santo o próprio diabo. E entre tantos acontecimentos loucos, tristes e absurdos fica a dúvida: será que as Olimpíadas da China vingam? E será que o Tibet sai dessa? Nessa altura do campeonato, tudo o que se pode esperar é que a corrida atrás da tocha - para apagá-la - vire esporte olímpico.

domingo, 6 de abril de 2008

Será?

No Orkut

Sorte de hoje:
Você passará em uma prova de fogo que o tornará mais feliz.

Na minha cabeça

Será que o termo "prova de fogo" inclui as chatíssimas situações cotidianas?

Tomara...

segunda-feira, 31 de março de 2008

Se a moda pega... parte 5

Não, não foi na Jamaica Brasileira, na Ilha do Reggae - ou São Luís do Maranhão. Foi no Rio de Janeiro, naquele bairro de classe alta-altíssima, onde os moradores pagam por um serviço de segurança pública exclusivo... E para entrar lá tem quem pagar pedágio dentro do mesmo município... esse mesmo, o Recreio dos Bandeirantes, bem ali, na Barra.

A prisão do homem, de 33 anos, foi feita após denúncia anônima de vizinhos. Segundo a polícia, ele também tinha um livro sobre o plantio da espécie, além de uma quantia "preparada" da erva.

Mas tudo tem um porém... especialmente se você for morador do Recreio: sim, ele foi liberado. E deve responder pelo crime de plantio e consumo da droga em liberdade. Se fosse morador de algum morro...

Se a moda pega... caraca!
.
Fonte: Folha Online

sexta-feira, 28 de março de 2008

Um olho gigante na tela

Da série Filmes que Ninguém Lembra

Este eu assisti muito por acaso, há uns 15 anos (olha que não passei dos 26...) em uma noite de insônia - já presente em tão tenra idade! - numa dessas "sessões de gala" ou "corujões" da vida. Conta a história de uma cidade do interior da Inglaterra em que uma série de assassinatos começa a assustar os moradores, especialmente por uma particularidade nas preferências do assassino: ele só mata mulheres com alguma deficiência física.

Nesse cenário surge Helen, a dama de companhia de uma rica senhora, moradora de uma formidável mansão vitoriana, ideal para a ação de assassinos loucos. Helen é muda desde a infância e invariavelmente entra na mira do serial killer. O avanço da história deixa claro que o assassino vive na estranha mansão, onde tem uma escadaria em espiral. É lá que "ponto de vista" da câmera mostra o olhar do assassino desconhecido observando a mocinha sem palavras. Vez por outra, um imenso olho enche toda a tela - o olho do psicopata a observar sua próxima vítima. Este fulano olho é uma das lembranças que mais se fixou em minha memória e, não por acaso, ele foi parar em um dos cartazes do filme, uma produção de 1945!

O clima do filme é de um clássico noir, em P&B, com muitas sombras, tempestade lá fora - com direito a raios, trovões e estranhas ventanias - e suspense alcançando picos extremos. Enquanto a mocinha caminha, lépida e fagueira, pela escadaria da mansão ou mesmo pelos jardins da propriedade, tem sempre uma figura anônima a observá-la, estudando um bom momento para o ataque fatal. Encontrei no YouTube um trecho do filme em que se percebe nitidamente o mistério e o medo que envolvem a história. Dá para vê-lo clicando aqui.

O filme foi inspirado no romance da escritora Ethel Lina White, que acabou virando roteirista de cinema. Entre outros roteiros interessantes que escreveu, está também A Dama Oculta, filme de 1938, dirigido por Alfred Hitchcock - ainda no seu período pré-Hollywood.

Será que alguém, além de mim, lembra deste filme?

terça-feira, 25 de março de 2008

Um cast para Hitchcock

É lugar-comum afirmar que o grande Alfred Hitchcock foi um cineasta cheio de "rituais" na hora de rodar seus filmes: suas rápidas aparições, geralmente no início deles; a escolha (a dedo) do elenco; a fixação em loiras angelicais - que depois se mostravam um tanto demoníacas - as estranhas relações entre mães e filhos, como Norman Bates e a mãe morta, em Psicose; além do perfeccionismo exacerbado, viraram marca da sua filmografia.

Dentre as muitas manias, uma foi foco da edição de março da revista norte-americana Vanity Fair: a escolha apurada dos atores rotineiramente feita pelo diretor inspirou o ensaio Hitchcock Portfolio, em que 21 atores da geração hollywoodiana pós-Hitchcock foram convidados para reviverem cenas marcantes de filmes marcantes realizados pelo inglês naturalizado norte-americano. Se ele tivesse sobrevivido àquele abril de 1980, quem, hoje em dia, seria aprovado pelos rigorosos critérios hitchcockianos? Eis o resultado da investigação.

Scarlett Johansson e Javier Barden em Janela Indiscreta (1954)


Jodie Foster em Os Pássaros (1963)
.
.

Renée Zellweger em Um Corpo que Cai (1958)


Naomi Watts em Confissões de uma Ladra (1964)

Gwyneth Paltrow e Robert Downey Jr. em Ladrão de Casaca (1955)

Charlize Theron em Disque M para Matar (1954)

.

Marion Cotillard em Psicose (1960)


Qual destes jovens talentos de Hollywood cairia nas graças do diretor perfeccionista? Confira outras fotos do ensaio aqui. Claro que o YouTube não deixaria isso de fora do acervo, né? Aqui tem um vídeo sobre o ensaio da Vanity Fair.

domingo, 23 de março de 2008

Arthur C. Clarke e o melhor da Ficção Científica no Cinema

Da série Top 5

A triste notícia sobre a morte de Arthur C. Clarke, divulgada esta semana, inspirou esse post, que tenta organizar uma lista com os melhores filmes de ficção científica na minha modesta opinião. Que fique claro que não tenho loucura pelo gênero, portanto, é natural que escape um ou outro filme considerado fundamental para qualquer tentativa de classificação dos filmes sci-fi.

1 - 2001: uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick. O filme, produzido em 1968, é um clássico absoluto. Baseado no conto "A Sentinela", de Arthur C. Clarke, foi o primeiro grande filme a falar do domínio das máquinas sobre os homens, fazendo uma reflexão sobre a evolução humana. Na história, uma equipe de astronautas navega pelo espaço, rumo ao planeta Júpiter, a bordo da nave Discovery, totalmente controlada pelo computador Hal 9000. No meio da viagem, uma pane no sistema de navegação faz o supercomputador ter vida própria, e o medo de ser desligado o torna uma terrível ameaça à vida dos tripulantes.


2 - Blade Runner - O Caçador de Andróides, de Ridley Scott. Já um cult por excelência, lançado em 1982, é um dos filmes que mais marcaram meu imaginário infantil sobre um futuro cheio de terríveis invenções. Na história, um grupo de andróides assassinos muito mais fortes que os humanos - os chamados replicantes - é caçado na terra por um ex-blade runner (o esquadrão da polícia especializado em "aposentar" andróides) vivido por Harrison Ford. O clima noir da produção e a história toda é muito doida, mas totalmente demais! Tudo o que o grupo de replicantes quer é encontrar seu criador, para que ele lhes dê mais alguns anos de vida - eles são fabricados para morrer após quatro anos de "existência". O problema é que os replicantes têm um emocional muito instável...

3 - Matrix, dos Irmãos Wachowski. O primeiro filme da trilogia, de 1999, tem uma história fantástica e totalmente inserida no novo contexto das realidades virtuais vividas por nós, ávidos usuários da tecnologia. No distante futuro do ano 2200, vivemos num mundo onde as máquinas controlam a vida dos homens por meio da Matrix, um sistema artificial de simulação da realidade que usa os organismos dos seres humanos para produzir energia. Mas um grupo de humanos livres, vivendo nas profundezas da Terra não se conforma com isso e parte para a briga contra o sistema, em mais um filme de ficção científica com o embate homem versus máquina.

4 - E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg. Cheio de imagens que podem ser consideradas ícones do cinema (como a usada no cartaz ou aquela em que uma luz se acende na ponta do dedo do ET), é daqueles filmes meio arrebatadores para as crianças. E eu assisti justamente quando era criança... Em uma visita de exploração pela Terra, um ET é esquecido pela nave espacial em que viajava e logo é encontrado pelo menino Elliot, que vira seu amigo, protegendo-o de todas as maneiras para que não seja estudado como cobaia extraterrestre pelo serviço secreto americano. As capacidades telecinéticas do ET e o dom de voar dão o toque mágico necessário para fazer dos ET's seres completamente confiáveis (pelo menos para mim).


5 - Laranja Mecânica , de Stanley Kubrick. Numa Londres de um futuro não especificado, uma gangue de delinqüentes liderada por Alex, aterroriza a cidade com atos de ultraviolência - incluindo aqui agressão a mendigos, estupros e invasões a residências - sempre ao som de música erudita (Beethoven, de preferência). Mas o líder do grupo é preso e submetido a um tratamento experimental de reabilitação cruel, que o deixa completamente indefeso contra a violência cotidiana do mundo normal. Um clássico.
.
.
Esta é uma listgem pessoal. Mas não é que ficou um tanto parecida com outras listas oficiais por aí? Confira outras aqui e aqui.

A morte de Clarke - Arthur C. Clarke morreu na última quarta-feita, dia 19, aos 90 anos de idade, na cidade de Colombo, Sri Lanka. Fã ativo da ficção científica, escritor e divulgador científico, Clarke morreu mantendo os olhos no futuro. Não foi à toa que em dezembro do ano passado, tornou público três desejos em que acreditava ardentemente: que o mundo deixasse sua dependência do petróleo, que a paz no Sri Lanka fosse estabelecida e que finalmente os ETs fizessem algum contato com a Terra.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sobre Lendas Urbanas, Duendes Saltitantes e outros absurdos

Quem nunca ouviu falar de uma suposta garota loira que teria se suicidado no banheiro da escola em que estudava e ficou para todo o sempre aterrorizando estudantes matadores de aula? E quem não conhece alguém que leu no jornal uma notícia que dava conta de uma criança que teria morrido após ter sido picada por uma cobra na piscina de bolinhas do McDonald's mais próximo? Por falar em McDonald's, alguém já deve ter tentado te convencer de que o hambúrguer de lá é produzido a partir de minhocas processadas.

Essas são apenas algumas das muitas histórias que povoam o chamado "imaginário coletivo" popular e acabaram denominadas lendas urbanas. O ponto em comum entre elas é que todas são histórias de caráter fantástico ou sensacionalista, quase folclóricas, mas amplamente divulgadas, seja de forma oral, por email ou até mesmo pela imprensa. Normalmente, são narradas como fatos acontecidos com "um amigo de um amigo" ou então por "um conhecido". Assim, a tal garota loira suicida citada logo acima se transformou na famosa Loira do Banheiro; Paul McCartney morreu em 1966 e foi substituído por um sósia; Elvis não morreu - foi abduzido - e é melhor prestar mais atenção nas crianças porque tem um famigerado Homem do Saco circulando por aí, à procura de meninos e meninas mal-comportados.

Uma das lendas urbanas mais célebres e conhecidas acabou parando num filme de nome sugestivo, o risível Lenda Urbana, que virou até trilogia de Hollywood! Uma incauta qualquer é seduzida em uma festa noturna por um desconhecido, terminando a noite enfiada numa banheira de gelo e ao acordar morrendo de frio descobre, perplexa, que teve um de seus rins extirpado por uma quadrilha de tráfico de órgãos capitaneada pelo facínora sedutor. Sim, tudo isso acontece no filme: em poucas palavras, a cena do rim, que faz parte do segundo filme da série, é simplesmente horrorosa.

Mas lenda urbana que se preze tem que assustar - ou pelo menos causar alguma repulsa em quem a ouve. Por estes dias, em Manaus, a lenda urbana da Loira do Carro Preto, exaustivamente divulgada por programas policiais das emissoras de tevê da cidade, motivou um quase-linchamento numa delegacia da capital amazonense, provando que a tal história é das boas! A lenda conta que uma loira que dirige um carro preto pela cidade, acompanhada por um homem, anda à cata de crianças para roubar-lhes os órgãos. Ao saber que uma mulher, loira, dirigindo um Fox preto, havia sido presa junto com um homem, após perseguição policial, uma multidão se dirigiu ao 18º DP de Manaus para conhecer, de perto, a mulher de quem a lenda falava. De acordo com a Folha Online, quando os suspeitos chegaram à delegacia, cerca de mil pessoas já estavam na frente do distrito para "pegar" a suposta ladra de órgãos. Enfim, acabou-se apurando que a loira era suspeita de traficar drogas, e não órgãos de crianças, e ainda foi libertada por insuficiência de provas. Um menino, levado à delegacia pelos pais, aguardava a pessoa que, segundo o garoto, havia tentado raptá-lo dias antes. Ao ver a tal loira, disse que a reconhecia. Em seguida, mudou a versão.

Há outra boa lenda rolando por este mundinho à fora. Ela anda arrepiando até o último fio de cabelo dos nossos hermanos - mas essa história já quer extrapolar o limite do racionalmente aceitável: um duende teria aparecido a um grupo de jovens numa cidade do interior da Argentina. Para provar o acontecido, um dos rapazes filmou tudo com a câmera de seu celular. O vídeo, com péssima qualidade de imagem, já foi parar no YouTube. Verdade? Armação? Ou só mais uma lenda urbana? Seja o que for, não há quem consiga botar na cabeça dos moradores da cidade de General Güemes que o vídeo exibindo um "serzinho" saltitante e vestido à caráter não prova em nada a existência do ente sobrenatural. Dê uma olhada no "vídeo" e tire suas conclusões.




quinta-feira, 13 de março de 2008

Macho grávido? Só em Dracon!

Da série Filmes Que Ninguém Lembra...

Assisti esse filme na Sessão da Tarde, lá pelos meus sete ou oito anos de idade e nunca mais tive oportunidade de revê-lo. Deve ter passado uma ou duas vezes na tevê e em uma dessas vezes, irremediavelmente ficou guardado em minha memória, que diga-se de passagem, não é "lá essas coca-cola"! Lembrei dele recentemente e fui procurá-lo pelo "Santo Google" e descobri que o filme até já foi relançado em DVD, à venda nas Lojas Americanas! Mas vamos lá.

A aventura de ficção científica, dirigido por Wolfgang Petersen, conta a história de uma guerra galática travada entre a Terra e o planeta Dracon. Em uma das tantas batalhas, o piloto humano Willis Davidge, interpretado pelo ator Dennis Quaid, faz um pouso forçado num planeta estranho e desabitado, mas logo descobre que há um draconiano morando por lá, o Jeriba Jerry - ele acabou parando no planeta estranho da mesma forma que o terráqueo.

Teoricamente os dois são inimigos e se enfrentam como tal durante boa parte do filme, mas o episódio em que o humano quase é tragado por um monstro escondido num buraco no meio da areia e tem sua vida salva pelo alienígena, muda toda a história e os dois acabam descobrindo o óbvio: num planeta isolado, inóspito e hostil como o que se encontram, o melhor a fazer é unir forças para se manter vivo. Superado o ódio mortal, os dois viram bons amigos. E é aqui que a história fica interessante. Tão interessante que o termo "aventura de ficção científica" é pouco para classificar o filme: acho que ele pode ser encarado como drama também, tantos são os conflitos psicológicos vividos pelos personagens. Fora que o draconiano Jerry, vivido pelo irreconhecível Louis Gosset Jr, é um réptil-alienígena cheio de particularidades. Para começar, ele fala como se fosse um gato ronronando - passei dias tentando imitar a fala dele. E não pára por aqui, tem coisas mais loucas: ele fica grávido! E mostra uma senhora barriga para um estupefato humano, macho, que se acostumou a ver mulheres engravidando para perpetuar a espécie. Jerry explica a Willis que os draconianos são hermafroditas: olha o parafuso que dá na cabeça do terráqueo! Felizmente ele aceita aceita a situação e até faz o parto do draconianozinho - ainda ajuda a criá-lo como seu filho. Inacreditável! Uma verdadeira lição de tolerância. No Youtube encontrei um vídeo que retrata exatamente esse diálogo.



Vale à pena recordar esse filme que ninguém lembrava, mas eu ainda lembro bem... E adorei saber que dá para tê-lo em casa.

quinta-feira, 6 de março de 2008

"Músicas para OUVIR depois de um pé na bunda" e "Músicas para NÃO OUVIR depois de um pé na bunda"

Da série Top 5...

Há umas duas semanas estive quebrando o galho de um amigo que viveu uma desilusão amorosa e passei uns dois dias atacando de conselheira sentimental. Em meio às conversas entrecortadas por choros convulsivos e frases tipo “a minha vontade é só morrer”, surgiu em mim uma modesta tentativa de içar aquele ego que andava lá pelo fundo do poço: acabei imaginando um top five de músicas que NÃO se deve ouvir depois de levar um fora ou um pé na bunda. Mas, como diria o Inagaki, tergiverso. E por falar no japa, ele escreveu um texto que me lembrou bastante o coração partido de meu amigo. Ah! O tratamento para desilusões amorosas também inclui uma lista de músicas que se deve ouvir para melhorar o ego e a auto-estima. Enfim.

Top 5 músicas para OUVIR depois de um pé na bunda

1 - Apesar de você, de Chico Buarque a inspiração do Divino Chico para essa música foi um triste momento político do país. Mas tristeza por tristeza, ela pode virar um anestésico para corações partidos se a repetirmos muitas vezes, especialmente aqueles versos lá do finalzinho... (“Apesar de você amanhã há de ser outro dia / Você vai se dar mal, etc e tal / lá-lá-lá-lá-lái-á...”)

2 - I can see clearly now, de Jimmy Cliff – além dessa música dar uma vontade danada de dançar, os versos podem ser muito encorajadores para um coração partido ("I Can see clearly now the rain is gone / I can see all obstacles in my way / Gone are dark clouds that had me blind / It's gonna be a brigth / bright sunshiny day...")

3 - I will survive, de Gloria Gaynoro hit pode até ter virado Hino Gay depois de filmes como “Será que ele é” e “Priscilla, a Rainha do Deserto”, mas a verdade é que essa música é um corolário aos que sobreviveram a qualquer decepção amorosa, enumerando todas as fases vividas após um abandono, desde o medo, a insistência em se machucar, o renascimento e um reencontro triunfante com o "ex" em que já se pode esnobá-lo bastante (Oh now go / Walk on the door / Just turn around now / You're not welcome anymore / Weren't you the one / Who tried to break me with desire? / Did you Think I'd crumble / Did you think I'd lay down and die? Oh not I / I will survive...")

4 - Do lado de dentro, Los Hermanos – os hermanos também fizeram uma música bem tristinha e cheia de rancor, falando de castelos e universos românticos, mas depois o coração partido dá uma reviravolta e mostra que é macho o bastante para dar a volta por cima ("Que é pra esquecer de uma só vez / que esse castelo só me prendeu, viu? / Mas hoje o universo se expandiu / E aqui de dentro a porta se abriu...")

5 - 21 Things That I Want In a Lover, Alanis Morrissete – aqui, depois de partirem seu coração, a canadense faz questão de simplesmente espicaçar qualquer pretendente seu, deixando bem claro todas as 21 coisas que espera que um amante tenha e se não tiver, meu bem, caia fora! E pressa para encontrar outro é uma coisa que ela não tem ( “I'm in no hurry i could wait 4ever / I'm in no rush cause i like being solo...”)

Top 5 músicas para NÃO OUVIR depois de um pé na bunda

1 - Atrás da porta, Elis Regina - Muito triste essa música! Ouvi-la só dá vontade de cortar os pulsos. Não ouça em hipótese alguma. Olha só os versos iniciais: “Quando olhaste bem nos olhos meus / E o teu olhar era de adeus / Juro que não acreditei, eu te estranhei / Me debrucei sobre teu corpo e duvidei / E me arrastei e te arranhei / E me agarrei nos teu cabelos...” Credo!

2 – Suedehead, Morrissey – o Morrissey é o rei da fossa! Pensar nele já dá uma dor no coração. As batidas das músicas dele são todas iguais e igualmente tristes. Lembra um dia cinzento em Londres (como na foto ao lado - a cara do Morrissey!). I'm so sorry / Why do you come here / When you know it makes things hard for me?...

3 – Angie, Rolling Stones – triste, muito triste. A letra é um convite à desistência de qualquer coisa. (“With no loving in our souls and no money in our coats / You can't say we're satisfied”…)

4 - King of Pain, The Police – retrata bem uma alma completamente despedaçada... E como o Sting sempre foi um tanto “ecológico”, as tristezas da letra são meio associadas a desastres do meio ambiente, como numa parte em que ele fala que se sente como “uma baleia azul encalhada na maré de primavera”, hehehe... E decreta em um certo ponto da música “But it's my destiny to be the king of pain…”

5 - Pedaço de Mim, Chico Buarque canta com Zizi Possi – Essa música é praticamente uma chamada ao suicídio. Mas não, não escute. Não escute, não escute. Mas a letra é linda. ("Oh, pedaço de mim / Oh, metade afastada de mim / Leva o teu olhar / Que a saudade é o pior tormento / É pior do que o esquecimento / É pior do que se entrevar...”)