segunda-feira, 16 de junho de 2008

Hoje é Bloomsday!

Confesso: nunca concluí a leitura de Ulisses, o colosso de James Joyce, mas estou sempre folheando o livro, lendo um trecho aqui, outro trecho ali, numa leitura dinâmica de metodologia loucamente pessoal. Mas enfim...

Em poucas palavras, ele narra os acontecimentos de um dia na vida de Leopold Bloom, um irlandês tão comum que chega a ser fora do comum: gosta de passear pelas ruas de Dublin, sem fazer coisa alguma, apenas pensando um monte de besteiras em situações vexatórias (aqui o fluxo de consciência revolucionou a literatura); não sabe beber muito bem, porque se sente estranho quando embriagado, o que acaba excluindo-o do convívio de seus patrícios, já que todo irlandês é um bom beberrão (todos o apontam como um homem muito esquisito); tem uma esposa, Molly Bloom, de quem leva severos chifres; tem uma filha adolescente, Milly, que guarda um sério talento para fotografia, e de quem Bloom sente exagerados ciúmes - assim como sente pela esposa adúltera; e os poucos "amigos" que considera, falam mal dele pelas costas. Até aí, tá tudo muito bom, tá tudo muito bem... Uma história como outra qualquer em meio à tantas contadas pela Aventura Humana na Terra. Mas o enredo simples ganha ares incomuns quando Bloom conhece o angustiado Stephen Dedalus - que muitos têm a séria impressão de que se trata do alter-ego de Joyce - um jovem médico cheio de problemas que acaba ouvindo de Bloom o conselho de que a solução para tais problemas é partir - assim como Joyce só conseguiu escrever Ulisses após bons anos de exílio em Trieste-Zurique-Paris, bem longe de sua Dublin natal. Sacou o trocadilho de situações?

Todas as histórias e acontecimentos de um intervalo de 24 horas da vida de Bloom, o dia 16 de junho de 1904, são esmiuçados, com riqueza de detalhes (até um tanto escatológicos), nas cerca de mil páginas do colosso de Joyce, Ulisses. E por muito tempo, o dia 16 de junho tem sido lembrado como o Dia de Bloom ou, simplesmente, Bloomsday.

Virou data nacional na Irlanda! Mundo a fora, os amantes da literatura cultivam a tradição. Há festas grandes de Bloomsday inclusive no Brasil - uma muito famosa em São Paulo, outra tradicional em Porto Alegre e outras menos conhecidas, mas não menos importantes, como o Bloomsday de Brasília. Aqui na city, um grupo de amigos não chega a comemorar, mas sempre lembra a data e a inspiração que Joyce-e-Bloom-e-Dedalus-e-Molly nos dão. É a esses amigos que dedico essa postagem: a eles dedico o dia 16 de junho de 2008. E dedico a lembrança viva de que, apesar de distantes, continuamos amigos.

domingo, 15 de junho de 2008

Duendes... de novo

Lembra daquele anão - ou duende, ou gnomo, sei lá! - do jardim do pai da Amélie Poulain? Ô duendezinho para ser lembrado, vez ou outra, por aí... Outro dia um amigo perdeu uma mala de estimação num desses aeroportos da vida e passou muito tempo pensando em onde a talzinha foi parar! A fixação pela idéia ficou tão absurda que até já comparava a mala com o anãozinho viajante do filme...

Até no meio da irresponsabilidade das autoridades italianas quanto à questão do lixo que toma as ruas de Nápoles, alguém teve um lampejo de lembrança do anão perdido... Onde será que ele foi parar...?

Informações quentes deram conta de que ele teria aterrisado na Itália, ainda aproveitando a passagem por Nápoles. Recentemente, argentinos foram aterrorizados pela presença de um duende que andou visitando a cidade de General Güemes. Um vídeo publicado no YouTube dá veracidade à pista.
Outra pista certa veio da Rússia, para onde o baixinho teria partido logo após a visita a Itália. Nessa viagem ele foi mais ousado e chegou a publicar fotos no Orkut!

De qualquer maneira, o gnomo perdido pode ficar tranqüilo quanto ao seu direito de ir e vir, garantido constitucionalmente no Brasil e provavelmente mundo a fora. É que nesta última semana, foi preso o maior seqüestrador de duendes do mundo, segundo a polícia. O francês, de 53 anos, foi preso no norte do país do castelo de Chantilly com nada mais, nada menos que 170 anões de jardim presos e descaracterizados! A notícia tranqüiliza os duendes viajantes.