
Um dos símbolos dessa atitude anti-imperialista de Mailer foi uma de suas obras mais conhecidas, o livro-reportagem A Luta, na qual descreve o histórico enfrentamento entre os boxeadores Muhammad Ali e George Foreman, em 1974. Mais do que uma luta de boxe, o confronto realizado no Zaire - até hoje considerado a maior luta de todos os tempos - colocou cara-a-cara duas faces do mesmo Estados Unidos: George Foreman, que se vestia com as cores da bandeira americana e representava a suposta superioridade branca (apesar de ser negro) e Ali, que tivera seu título de campeão mundial de pesos-pesados revogado por se recusar a servir o Exército no Vietnã [antes disso, ele já tinha abandonado seu nome de batismo, Cassius Clay, por Muhammad Ali e trocado o imperialismo norte-americano pela fé em Alá]. Ali acabou vencendo a luta: o mundo ganhou uma lição e nós, leitores, ganhamos uma leitura das boas.
Despedida - Norman Mailer morreu no sábado, dia 10 de novembro, de insuficiência renal, segundo familiares, aos 84 anos. Além de livros interessantes e um sólido modelo de postura pública, deixou nove filhos órfãos. (Alguns leitores também.)
* * * * *
Escutando agora - One for my baby, Billie Holiday.
Um comentário:
Se vocês tiverem me chamado de Norman Mailer vou encher vocês de porrada! hehehehe
Postar um comentário