Cães de Aluguel
Quando se fala em Quentin Tarantino, rápido-rápido se pensa em Pulp Fiction ou Kill Bill. Há quem lembre até de Assassinos por Natureza, que Tarantino não dirigiu, mas escreveu - fazendo do filme de Oliver Stone um dos melhores de sua carreira, só por aquela "camada extra" de violência que só o Tarantino pode imaginar. Ok, ok... Mas antes de Pulp Fiction e mesmo antes de Assassinos por Natureza, o esquisitinho do Tennessee já havia escrito e dirigido um dos melhores filmes já produzidos no cinema: Cães de Aluguel [Reservoir Dogs, 1992], decididamente o roteiro mais sem noção que um roteirista pode ter escrito na vida!
Pra começar o filme começa no clímax. Ou em um dos clímax. E a partir deste "desfecho", uma série de coisas começam a acontecer, mas não sem antes explicar como tudo foi dar naquele clímax. Entendeu? É complicado mesmo, mas é possível compreender tudo! De maneira simplista, a história pode ser contada da seguinte maneira: um grupo de ladrões [que não se conhecem, que fique bem claro] se reúne em torno do plano e um assalto a uma joalheria. Serviço simples, alguém de dentro vai facilitar, é só entrar, pegar as jóias, não dar nenhum tiro e pronto: faz-se a partilha e cada um vai para o seu lado, sem saber como um pode encontrar o outro depois do trabalho. Para garantir isso, ninguém no grupo tem nome. Tem codinome: Mr. Pink, Mr. Blue, Mr. White, Mr. Brown, Mr. Green, Mr. Orange e Mr. Blonde, cada um com uma característica marcante; Pink é falador, White é veterano, Blonde é extremamente sádico [a uma certa altura do filme, ele vai ao carro pegar um galão de gasolina para atear fogo em um policial refém].
Como percebemos logo no começo do filme, o plano é mal sucedido e uma situação insólita se estabelece entre os ladrões. Quem morreu? Quem ficou com as jóias? Como os policiais chegaram tão rápido à cena do crime depois do alarme? Alguém traiu o grupo? O clima de desconfiança e a tensão são insuportáveis, especialmente quando fatos anteriores ao assalto vão sendo apresentados e vamos começando a delinear a figura do agente da traição.
Como em todo filme de Tarantino, os diálogos são fantásticos, mesmo aqueles que não tem nada a ver com a trama principal. No início da trama, os ladrões discutem o sentido da letra de Like a Virgin - e formulam uma teoria bem interessante a partir disso. Pink também reclama de levar esse codinome, além de se recusar a dar gorjeta à garçonete que os serve à mesa; tudo dito num diálogo inacreditavelmente criativo e irreverente. Também como em todo filme de Tarantino, há violência e sangue. E sangue. E sangue. Um personagem passa o filme inteiro dentro de uma poça do seu próprio sangue, à beira da morte. Blonde arranca, a faca, a orelha de um policial. Brown leva um tiro da moça de quem queria roubar o carro [pra fugir do tiroteio]. E por aí vai. No trailer abaixo dá para se ter uma vaga idéia...
E muito antes do Sexto Sentido e o menininho que via gente morta, Tarantino já havia quebrado a linha narrativa de um roteiro, contando tudo de maneira não-linear, indo e voltando no tempo, na maior naturalidade, sem que isso se torne confuso. Genial. É um dos Grandes Tarantinos. Pena que quase ninguém lembre dele - como ninguém lembra de Jackie Brown, mas isso é assunto pra outro post.
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Este blogue apoiou a idéia da Hora do Planeta, organizada pelo WWF, e convenci todo mundo aqui em casa, que tínhamos que passar uma hora inteira da noite de sábado com as luzes desligadas. Convenci ainda duas vizinhas e uma de minhas tias. Quero deixar claro que esta não é minha única atitude por um planeta melhor, mas acho que vale à pena fazer com que certas coisas pareçam espetáculo: só assim tanta gente participa. =)
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Mais um selinho da nossa próxima Blogagem Coletiva - o filme da minha vida, que acontece nos dias 29 e 30 de abril.
Passa lá!
Pra começar o filme começa no clímax. Ou em um dos clímax. E a partir deste "desfecho", uma série de coisas começam a acontecer, mas não sem antes explicar como tudo foi dar naquele clímax. Entendeu? É complicado mesmo, mas é possível compreender tudo! De maneira simplista, a história pode ser contada da seguinte maneira: um grupo de ladrões [que não se conhecem, que fique bem claro] se reúne em torno do plano e um assalto a uma joalheria. Serviço simples, alguém de dentro vai facilitar, é só entrar, pegar as jóias, não dar nenhum tiro e pronto: faz-se a partilha e cada um vai para o seu lado, sem saber como um pode encontrar o outro depois do trabalho. Para garantir isso, ninguém no grupo tem nome. Tem codinome: Mr. Pink, Mr. Blue, Mr. White, Mr. Brown, Mr. Green, Mr. Orange e Mr. Blonde, cada um com uma característica marcante; Pink é falador, White é veterano, Blonde é extremamente sádico [a uma certa altura do filme, ele vai ao carro pegar um galão de gasolina para atear fogo em um policial refém].
Como percebemos logo no começo do filme, o plano é mal sucedido e uma situação insólita se estabelece entre os ladrões. Quem morreu? Quem ficou com as jóias? Como os policiais chegaram tão rápido à cena do crime depois do alarme? Alguém traiu o grupo? O clima de desconfiança e a tensão são insuportáveis, especialmente quando fatos anteriores ao assalto vão sendo apresentados e vamos começando a delinear a figura do agente da traição.
Como em todo filme de Tarantino, os diálogos são fantásticos, mesmo aqueles que não tem nada a ver com a trama principal. No início da trama, os ladrões discutem o sentido da letra de Like a Virgin - e formulam uma teoria bem interessante a partir disso. Pink também reclama de levar esse codinome, além de se recusar a dar gorjeta à garçonete que os serve à mesa; tudo dito num diálogo inacreditavelmente criativo e irreverente. Também como em todo filme de Tarantino, há violência e sangue. E sangue. E sangue. Um personagem passa o filme inteiro dentro de uma poça do seu próprio sangue, à beira da morte. Blonde arranca, a faca, a orelha de um policial. Brown leva um tiro da moça de quem queria roubar o carro [pra fugir do tiroteio]. E por aí vai. No trailer abaixo dá para se ter uma vaga idéia...
E muito antes do Sexto Sentido e o menininho que via gente morta, Tarantino já havia quebrado a linha narrativa de um roteiro, contando tudo de maneira não-linear, indo e voltando no tempo, na maior naturalidade, sem que isso se torne confuso. Genial. É um dos Grandes Tarantinos. Pena que quase ninguém lembre dele - como ninguém lembra de Jackie Brown, mas isso é assunto pra outro post.
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Este blogue apoiou a idéia da Hora do Planeta, organizada pelo WWF, e convenci todo mundo aqui em casa, que tínhamos que passar uma hora inteira da noite de sábado com as luzes desligadas. Convenci ainda duas vizinhas e uma de minhas tias. Quero deixar claro que esta não é minha única atitude por um planeta melhor, mas acho que vale à pena fazer com que certas coisas pareçam espetáculo: só assim tanta gente participa. =)
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Mais um selinho da nossa próxima Blogagem Coletiva - o filme da minha vida, que acontece nos dias 29 e 30 de abril.
Passa lá!
9 comentários:
esse é um filme bom e inacreditável. foi quando tarantino disse a que veio, só que nem todo mundo viu.
bjs....
esqueci de falar que na minha casa ninguém quis apagar as luzes da casa. em protesto eu fiqui no escuro do meu quarto. ehehehehe
Um bom filme marca a vida da gente.
Cadinho RoCo
Eu até dei uma chance assistindo Tarantino, mas o fato é que não consigo gostar dos filmes que o cara produz... =/
Bom, mas vou participar da blogagem também! \o/
Beijos, querida!
Tbm dei minha contribuida pra hora do planeta fiz geral aqui em casa apagar as luzes tirar tudo da tomado salvo claro um televizãozinha que o povo nao aguento e teve que deixa ligada haha... adorei a blogagem coletiva ter varios selinhos me apaixonei por todos eles hahaha..
obs: adoro Tarantino.
Beijos
Tá, nunca ouví falar!
(rs)
Sou meio inculta quando se trata disso.
Obrigada pelo comentário no meu post.
Eu tinha achado a história um lixo repetitivo.
BeijO!
assisti Caes de Aluguel na mesma semana que assisti Death Proof. Overdose de Tarantino! Alucinei!
***
Olha, to loucamente ocupada, to planejando responder teu meme amanhã e acompanhar melhor a blogagem coletiva. Cheirinho de bebê mademoyselle!
Tarantino é um um clássico do "ame-o ou odei-o". Não posso tirar a razão de ambas as partes, enfim. Pelo menos a Du deu uma chance a ele =) heheheheh
Beijos.
=*
eu ameeei cães de aluguel! Passei a ficar de olho em tudo o que Tarantino fazia! Assista (caso ainda não tenha visto) o excelente Layer Cake do Guy Ritchie...é excelente e tem uma linguagem que me lembrou cães de aluguel!
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