Confesso: nunca concluí a leitura de Ulisses, o colosso de James Joyce, mas estou sempre folheando o livro, lendo um trecho aqui, outro trecho ali, numa leitura dinâmica de metodologia loucamente pessoal. Mas enfim...
Em poucas palavras, ele narra os acontecimentos de um dia na vida de Leopold Bloom, um irlandês tão comum que chega a ser fora do comum: gosta de passear pelas ruas de Dublin, sem fazer coisa alguma, apenas pensando um monte de besteiras em situações vexatórias (aqui o fluxo de consciência revolucionou a literatura); não sabe beber muito bem, porque se sente estranho quando embriagado, o que acaba excluindo-o do convívio de seus patrícios, já que todo irlandês é um bom beberrão (todos o apontam como um homem muito esquisito); tem uma esposa, Molly Bloom, de quem leva severos chifres; tem uma filha adolescente, Milly, que guarda um sério talento para fotografia, e de quem Bloom sente exagerados ciúmes - assim como sente pela esposa adúltera; e os poucos "amigos" que considera, falam mal dele pelas costas. Até aí, tá tudo muito bom, tá tudo muito bem... Uma história como outra qualquer em meio à tantas contadas pela Aventura Humana na Terra. Mas o enredo simples ganha ares incomuns quando Bloom conhece o angustiado Stephen Dedalus - que muitos têm a séria impressão de que se trata do alter-ego de Joyce - um jovem médico cheio de problemas que acaba ouvindo de Bloom o conselho de que a solução para tais problemas é partir - assim como Joyce só conseguiu escrever Ulisses após bons anos de exílio em Trieste-Zurique-Paris, bem longe de sua Dublin natal. Sacou o trocadilho de situações?
Todas as histórias e acontecimentos de um intervalo de 24 horas da vida de Bloom, o dia 16 de junho de 1904, são esmiuçados, com riqueza de detalhes (até um tanto escatológicos), nas cerca de mil páginas do colosso de Joyce, Ulisses. E por muito tempo, o dia 16 de junho tem sido lembrado como o Dia de Bloom ou, simplesmente, Bloomsday.
Virou data nacional na Irlanda! Mundo a fora, os amantes da literatura cultivam a tradição. Há festas grandes de Bloomsday inclusive no Brasil - uma muito famosa em São Paulo, outra tradicional em Porto Alegre e outras menos conhecidas, mas não menos importantes, como o Bloomsday de Brasília. Aqui na city, um grupo de amigos não chega a comemorar, mas sempre lembra a data e a inspiração que Joyce-e-Bloom-e-Dedalus-e-Molly nos dão. É a esses amigos que dedico essa postagem: a eles dedico o dia 16 de junho. E dedico a lembrança viva de que, apesar de distantes, continuamos amigos.
*republicação anual
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*republicação anual
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14 comentários:
Eu tbem não, Gi.
Um dia.
Mas acho que te acho primeiro por esse mundo =)
Beijo.
Nossa que coisa legaaal! Também nunca li Ulysses, eu não ando me animando para leituras de mil páginas. A vida nem deixa.
beijão!
Querida Giselle,
Obrigada pela sua visita, querida. Ando tão atrapalhada com falta de tempo que estou sempre atrasada nas respostas e visitas aos amigos (o calor veio, finalmente, para ficar e os fds são passados fora de Lisboa o que complica um pouco a organização da semana, mas viva a praia e o Sol!!!!!!!!).
Não li, ainda, Ulysses mas você fez uma síntese fantástica (adoro lê-la).
Beijos.
Gostei de ver vc em meu blog Coletivo.
Fiquei muito feliz.
Volte sempre.
Sandra
Obrigada pela visita, e o incentivo.
Se vc. gostou do selo, passe lá e leve, é só fazer as regrinhas.
Bjs.
Sandra
Não há longe, teu mundo a ilha
Tens andar gingão mesmo à maneira
O verde é manto que te afaga os pés
O mar é o teu azul por cabeceira
Passos ao encontro
Alma cheia de cor e ilusão
Braços abertos à aventura
O mundo na palma da mão
Bom fim de semana
Mágico beijo
Que interessante!!!
Nunca tinha ouvido falar em Bloomsday também nunca li Ulysses... Adorei aprender um pouco aqui hoje!
Beijão
oi flor,
tem meme e selinho p ti no coisas frageis...
bjus perfumados
Só o tamanho desse livro já me assusta, ainda saber que é tudo isso para um dia, assustador só na sinopse xD
Apesar de tudo, quem sabe um dia...
Beijos.
Minha lindinha!
Tem selo em curiosa
Passe lá. Ele é seu também.
Bjs.
Sandra
muito bom o texto, gosto daqui.
Tenha um feliz final de semana.
Apareça
Maurizio
Caramba, mil páginas? Uau! Não sabia que essa era uma data comemorativa, vivendo e aprendendo!
Bjos,
Paulinha
Passei pra te desejar um ótimo domingo!
acho que tem livros que são assim mesmo...e talvez até seja bom que seja assim! A gente leva anos para concluir e cada vez que lê um pouco faz certas reflexões ou capta a história por um novo angulo! Gostei de saber mais sobre essa grande obra! Não conhecia o bloomsday! legal! bjokas
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