1 - Adeus, Lênin! de Wolfgang Becker (2003) – A mãe de Alex, ferrenha defensora do comunismo da ex-Alemanha Oriental acorda de um coma de 15 anos no momento em que as duas Alemanhas se unificam. É dada a largada para uma corrida do filho contra os fatos, na tentativa de deixar o mundo exatamente como sua mãe gostava antes da longa dormida. Cenas engraçadas e até melancólicas compõem essa luta, mas Alex não pode fazer nada quando leva a mãe para passear no parque e estão levando embora a estátua de Lênin rebocada num helicóptero bem ali, na cara dos dois! Sem remédio... Adeus, Lênin.
4 - Fale com ela, de Pedro Almodóvar (2002) – Depois de sermos apresentados aos dramas pessoais de Benigno, Alícia, Marcos e Lydia, numa rotina de hospitais, cuidados e mulheres sem palavras, conhecemos situações ocultas que culminaram na circunstância atual: o amor de Benigno por Alícia, primeiro numa aula de balé através da janela de seu apartamento, depois na rotina hospitalar. Mas antes disso, no dia
6 - E sua mãe também, de Alfonso Cuarón (2001) – Julio e Tenoch são dois típicos adolescentes que só pensam em sexo e aventura. A chance de unir essa perfeita combinação surge quando Luisa, a prima trintona de Tenoch recém-separada e que acabou de chegar da Espanha, propõe uma viagem a três, na busca da perdida praia Boca del Cielo. No caminho, paisagens deslumbrantes, menos sexo do que eles imaginaram e mais paixão do que previram. Num acerto de contas final, quando os dois se percebem apaixonados e rivais no amor pela balzaquiana que enfrenta um câncer terminal, os podres sexuais vêm à tona e cada um se vangloria por ter “passado o rodo” na namorada do outro. Diante da passividade de Julio, Tenoch, na última tentativa de atingir o amigo revela teatralmente: “Y tu mamá también!”. Não confie nem no seu melhor amigo...
7 - Garotos Incríveis, de Curtis Hanson (2000) – o filme, baseado no imperdível livro homônimo de Michael Chabon, é uma sucessão intermitente de fatos que comprovam e atestam que a Lei de Murphy existe. Em um único final de semana – em que ele, inclusive, precisa dar uma palestra sobre literatura – o professor e escritor Graddy Tripp é abandonado pela esposa, descobre que sua amante (esposa do seu chefe) espera um filho seu, precisa entregar os originais de um novo livro para seu editor (mas está inacabado), além de conseguir matar o cachorro do chefe e tentar equilibrar a cabeça desequilibrada de seu melhor aluno. Fantástico, fantástico.
8 - A professora de Piano, de Michael Haneke (2001) – o jovem aluno da professora de piano do título se vê perdidamente apaixonado pela mestra e toma a decisão de não medir conseqüências para conquistá-la (como todo jovem faria). A professora, muito austera e dona de uma personalidade insensível (até pela criação que mãe ditadora deu a ela), recusa terminantemente as investidas do aprendiz. Mas ele não desiste. E quando finalmente ele consegue quebrar o coração de gelo da pianista, percebe que ela é tão durona, contida (e até maluca), que esse romance vai deixá-lo muito, muito desapontado. O amor, esse ser insensível.
9 - Os infiltrados, de Martin Scorcese (2006) – Sullivan é um afilhado da máfia infiltrado na polícia. Billy é um ex-policial infiltrado na máfia. Os destinos dos dois personagens se opõem milimetricamente (até na mulher que dividem na cama), numa guerra de nervos e cuidados para identificar quem é “bom” e quem é “mau” – dependendo do lado em que está infiltrado. Num acerto de contas inesperado em que algumas verdades são reveladas, o mocinho leva um balaço na cabeça. Pungente.
10 - Pecados Íntimos, de Todd Field (2006) – Sarah é uma jovem dona de casa inteligente demais para a vida típica dos subúrbios americanos. Brad é o belo pai que troca de função com a esposa (ela é quem sustenta a casa) e vive na mesma frustração de Sarah. Quando os passeios no parquinho com os filhos viram desculpa para os encontros sexuais dos dois, eles passam a vislumbrar uma saída para essa vida enfadonha e planejam uma fuga. No dia da tal fuga, Brad sofre um acidente e Sarah fica sem entender porque o amante não apareceu. Porque se houver uma chance das coisas darem errado, elas darão errado.
* * *
A Lei de Murphy – criada pelo engenheiro aeronáutico americano Edward Murphy, ele foi a primeira vítima conhecida de sua teoria. Ele era um dos engenheiros envolvidos nos testes sobre os efeitos da desaceleração rápida em piloto de aeronaves. Para fazer tal medição, construiu um equipamento que registrava os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos, por volta de 1949. O aparelho foi instalado por um técnico, mas simplesmente ocorreu uma pane; com isso Murphy foi chamado para consertar o equipamento e descobriu que o técnico instalou tudo errado. Daí formulou a sua lei que dizia: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”. Eu gosto mais da versão posterior, um pouco mais trabalhada, que diz: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.
* * *
Ouvindo: At Last, Etta James
.
11 comentários:
minha vida não é um filme mas também comprova a lei de murphy!
botou esse negócio pra andar, hem?!
Esses são os melhores filmes!!! Filme cruel, existencialista, sem saída.
Muito boa a lista. Destaque para O LENHADOR... Excelente!!!
Meu Deus. XD Lei de Murphy realmente existe, não é um filme que vai comprovar, mas essa lista é perfeita. Parabéns!
Que incrível, só assisti os 3 primeiros!
Pronto, conseguiu. Está satisfeita? A propósito, não comento os filmes escolhidos porque poderiam outros tantos, mas o viés é muito bom.
Bah, os filmes são bons mesmo!
Tens uns que eu não vi, os que vi realmente comprovão, A lei de Murphy existe e é a mais forte das leis
Muito Bom!
genial o seu blog!
Parabéns mesmo!
Tem um que não poderia faltar nessa lista: Depois de Horas, também do Scorcese. Nem o Capitão Nascimento faria qualquer lei ser aplicada com tanto rigor.
"Aaaaaaaat laaaaaaaaaaast my looooooove has come alooooooooong..." tuntuntum... tuntuntum... quem se importa com Murphy quando se tem Etta James? XD
Muito boa a lista... só faltou incluir "Babel"... abraço!
Postar um comentário